LIDERANÇA
A igreja não pode cuidar das pessoas como mera enfermeira Por: Ary Velloso | |
Ary
Velloso me confessou recentemente o grau de rejeição que obteve entre
alguns líderes e seminaristas ao expor biblicamente sobre a necessidade
da disciplina na igreja. Encabeçando aqueles que se opuseram ao
conceito, encontrava-se um casal de líderes que abandonaram seus
casamentos para viverem um relacionamento extraconjugal.
A
igreja encontra-se num grande dilema nos dias de hoje: ao mesmo tempo
em que está visível e presente na sociedade, crescendo e se tornando
conhecida, ela restringiu-se a ser uma comunidade que cuida das pessoas,
que trata dos doentes, que ajuda famílias, que pratica compaixão e
abençoa famílias. Neste contexto de carinho, compaixão, serviço e
capelania, a igreja tem grande dificuldade para ser comunidade
discipuladora e disciplinadora. Parece que a busca da santificação e
vida séria com Deus se opõe ao grande objetivo de salvar almas, crescer e
restaurar famílias.
Neste mercado religioso, repleto de consumidores e produtos religiosos, toda pressão disciplinadora e santificadora sobre o crente-cliente que vise transformá-lo em nova criatura é rechaçada e rejeitada. Ao sentir-se pressionado, este crente-membro procurará outra igreja onde possa se “sentir melhor”. Infelizmente, para continuar a ser um lugar amigável e prazeroso, não podemos forçar as pessoas com muita disciplina ou discipulado sério. Não devemos pregar muito sobre justiça, santidade, integridade, moralidade, humildade, mudança de vida, abandono do pecado, mortificação do velho homem, dizem alguns. Não, o importante é ajudar as pessoas a aceitarem Jesus, serem curadas, terem vida próspera, sentirem-se bem, terem compaixão, conhecerem a “graça” e fazerem boas obras. Cuidar das pessoas, exercer nossa capelania, se tornou a função principal da igreja. Por causa disso, é cada vez mais difícil encontrar cristãos, verdadeiros seguidores, imitadores de Jesus, membros de um grupo social, sal-luz, uma nova humanidade chamado igreja, que tem uma missão específica no mundo: viver para a glória e para a expansão do domínio e vontade de Deus na terra. A igreja é muito eficaz (outra palavra popular!) na realização de ministérios que ajudam as pessoas a passarem pelas suas crises da vida, resolvendo os problemas da vida.
Neste mercado religioso, repleto de consumidores e produtos religiosos, toda pressão disciplinadora e santificadora sobre o crente-cliente que vise transformá-lo em nova criatura é rechaçada e rejeitada. Ao sentir-se pressionado, este crente-membro procurará outra igreja onde possa se “sentir melhor”. Infelizmente, para continuar a ser um lugar amigável e prazeroso, não podemos forçar as pessoas com muita disciplina ou discipulado sério. Não devemos pregar muito sobre justiça, santidade, integridade, moralidade, humildade, mudança de vida, abandono do pecado, mortificação do velho homem, dizem alguns. Não, o importante é ajudar as pessoas a aceitarem Jesus, serem curadas, terem vida próspera, sentirem-se bem, terem compaixão, conhecerem a “graça” e fazerem boas obras. Cuidar das pessoas, exercer nossa capelania, se tornou a função principal da igreja. Por causa disso, é cada vez mais difícil encontrar cristãos, verdadeiros seguidores, imitadores de Jesus, membros de um grupo social, sal-luz, uma nova humanidade chamado igreja, que tem uma missão específica no mundo: viver para a glória e para a expansão do domínio e vontade de Deus na terra. A igreja é muito eficaz (outra palavra popular!) na realização de ministérios que ajudam as pessoas a passarem pelas suas crises da vida, resolvendo os problemas da vida.
O
pastor é um mero capelão da sociedade e a igreja, clínica espiritual.
Ouvimos por todos os lados: devemos nos compadecer das pessoas, é tempo
da graça e não de justiça! Por causa dos nossos muitos problemas sociais
e emocionais e grande necessidade de compaixão e amor, nos sentimos
constrangidos quando precisamos discipular, santificar e disciplinar
“pecadores” (palavra impopular). Será que igreja serve somente para
isso? A igreja não pode apenas cuidar das pessoas, como mera enfermeira
da sociedade. Ela tem o dever e a responsabilidade de ser comunidade
santificadora. Devemos com mais freqüência meditar e compreender o que
significa ser um autêntico discípulo de Jesus, um genuíno cristão. Uma
igreja que se enxerga apenas como cuidadora das enfermidades terá
dificuldade de recuperar seu significado como comunidade discipuladora e
disciplinadora. Toda e qualquer conversão ao cristianismo exige
transformação de intenções, sentimentos, pensamentos e atitudes à
semelhança de Cristo. Charles Spurgeon, um dos maiores pregadores de
todos os tempos, percebeu a tensão entre verdade e amor, justiça e
misericórdia na Inglaterra do século XIX.
Usando
todo seu típico colorido metafórico, ele nos disse que os mais
“liberais” são como pais que, ao saberem que seus filhos foram
envenenados, abrem as janelas e deixam entrar o ar fresco para ajudar a
melhorar. Devemos abrir as janelas para entrar o ar fresco, com nossa
compaixão e cuidado? Sim, isso ajuda mesmo. Entretanto, diante do veneno
do pecado, devemos também aplicar o antídoto bíblico do reconhecimento
do mal e miséria, a aplicação das verdades do arrependimento e
quebrantamento diante de Deus bem como regeneração e santificação de
vida. Devemos proclamar a necessidade urgente de igrejas corajosas,
discipuladoras e disciplinadoras, repletas de aprendizes do mestre,
seguidores de Jesus nos mínimos detalhes de suas vidas. Devemos
conclamar com seriedade e motivar com urgência as pessoas a viverem como
cristãos (irmãos mais novos que imitam o irmão mais velho, Jesus
Cristo), parte integrante de uma comunidade do reino que busque a
santificação, sem a qual ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14).
Fonte: Creio
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