Evangélico que acompanhou ocupação na Rocinha fala sobre violência
Por: Robson Morais- Redação Creio
Novembro de 2011 ficou marcado pela ocupação da Rocinha, principal favela do Rio de Janeiro e uma das maiores do mundo. A operação, realizada com sucesso e a surpreendente marca de nenhum tiro disparado, reuniu 3 mil agentes e culminou com a prisão de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, líder do tráfico de drogas no morro. CREIO conversou com exclusividade com o evangélico Rogério Menezes, que esteve com o traficante momentos antes de sua prisão.
Sobre Nem, Menezes confirma as notícias divulgadas em mídias evangélicas logo após a prisão do traficante. Um dos criminosos mais temidos é também um homem temente a Deus, como havia dito logo após ser preso. “Leio a Bíblia sempre. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas, não tenho ligação com nenhuma igreja. Acho que Deus tem algum plano pra mim, Ele vai abrir alguma porta. Não vou para o inferno” disse Nem. “Eu estive meia hora antes com ele (Nem) antes de ser preso, tentando convencê-lo a se entregar. Ele fazia visita em algumas igrejas de lá” contou Menezes.
Após a prisão de Nem, outros envolvidos com o tráfico de drogas na Rocinha foram presos. Entre eles estão Danúbia de Souza Rangel, esposa de Nem, conhecida como a Xerifa do Tráfico, e Willian de Oliveira, flagrado negociando a compra de um fuzil AK-74 e separando um dinheiro que, segundo afirmou, financiou sua campanha a deputado estadual de 2010. Influente, Willian da Rocinha, como é conhecido, assessorava a vereadora Andreia Gouvêa Vieira (PSDB), e era famoso por receber turistas ilustres em visitas a favela, desde Lula até o presidente norte-americano Barack Obama.
Tantas prisões e reviravoltas em torno da ocupação da Rocinha abriram o leque de reflexão para a influência da espiritualidade no morro carioca. Esperançoso com a harmonia entre policiais e moradores, Menezes acredita num trabalho intensificado das Igrejas evangélicas espalhadas pela Rocinha. “Com certeza todos lá são de muita oração, e continuarão evangelizando a todos como sempre fizeram”. Sem um número preciso, estima-se que exista atualmente na Rocinha, uma igreja ativa a cada três esquinas. “Deus está na frente, pois sem ele não somos nada e todos temos a esperança de dias melhores para a cidade do Rio de Janeiro” projeta Menezes, também coordenador na entidade Afro Reggae.
Data: 30/12/2011 08:15:00
Fonte: Creio
Nenhum comentário:
Postar um comentário