Evangélicos são referência em 2011 na política
Por: Robson Morais - Redação Creio
O início do governo Dilma fez de 2011 o ano da corrupção, ou melhor, a ano do combate à corrupção. A famosa faxina da nova presidente despertou a sociedade para uma cobrança mais ativa sobre o trabalho daqueles que cada um de nós elegeu, e o tema também foi pauta nas igrejas. Das denúncias de parlamentares evangélicos envolvidos em desvio de verba e lavagem de dinheiro aos inúmeros manifestos clamando por ética, os pontos marcaram este primeiro ano de governo, que ainda se esquiva da urgência de projetos como a Lei Ficha Limpa.
De acordo com um levantamento publicado pela organização não governamental Transparência Internacional, 64% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos três anos, enquanto 27% relataram que os níveis permanecem os mesmos. Pior, 5% confessaram já ter pagado suborno ou ter sido de qualquer outra forma conivente com este crime. No meio evangélico, a preocupação é ainda maior. Bem mais que dinheiro roubado, o grande crime está na perda dos valores e no descaso com uma sociedade que clama por providências em educação, saúde, transporte, segurança e emprego.
Desde o início de 2011, parlamentares evangélicos tem se envolvido no combate à corrupção. Marina Silva, Roberto de Lucena e Carlos Bezerra Jr foram alguns dos que manifestaram repúdio público. Outro nome marcante foi o do ex- deputado Zé Bruno, que em outubro foi acusado de prática criminosa. Em resposta, o então parlamentar, hoje cuidando apenas da música, ligou as denúncias a uma vingança de membros da Igreja Renascer em Cristo, da qual se afastou pouco antes. "Eu conheço os meandros dos ratos com quem convivi. Essa história é muito maior do que você imagina. Tem alguém querendo denegrir meu nome". Nenhuma acusação foi provada e o caso acabou abafado.
Roberto de Lucena (PV) enfatizou: “Precisamos dar um basta nesta corrupção”. Eleito em 2010, disse, no início do ano, que o Brasil precisa reagir. “A corrupção é endêmica, cultural e sistemática” analisou. Aproveitando o momento, o deputado encerrou seu discurso com um elogio ao governo Dilma. Em contrapartida ao exemplo de Lucena e Zé Bruno está o senador evangélico Magno Malta, apontado pelo site Congresso em Foco como o parlamentar mais faltoso na Câmara em 2010, por licenças médicas ou mesmo sem justificativa. Em 2011, Malta se mostrou apático.
Entidades evangélicas também mobilizaram suas campanhas pelo fim da corrupção no Brasil. Em outubro, o Colégio Episcopal enviou à Igreja Metodista um documento oficial pedindo uma campanha contra a vergonha de Brasília. Assinado pelo presidente bispo João Carlos Lopes e pelo secretário Adonias Pereira do Lago, o documento destacava em tópicos questões como tráfico de influências e falta de comprometimento. “Cremos que o Evangelho de Cristo é o poder transformador de Deus e caminho que revela a verdade e denuncia ações contrárias a moral e a ética cristã”. A mesma falta de comprometimento foi apontada pelo pastor Silas Malafaia, que ameaçou divulgar os nomes dos parlamentares evangélicos que não assinaram a CPI contra a corrupção. Dos 76 incluídos, apenas 15 se puseram favoráveis ao documento.
Data: 27/12/2011 08:15:00
Fonte: Creio