“Filosofia é mantida por crentes descrentes”, afirma blogueira
A
blogueira Vera Siqueira, esposa do pastor Paulo Siqueira, líder do
movimento “Evangelho Puro e Simples”, publicou artigo traçando paralelo
entre a Parábola do Semeador e a teologia da prosperidade.
Vera
Siqueira critica a ênfase das igrejas na teologia da prosperidade, pois
“os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a Palavra,
tornando-a infrutífera”.
A
blogueira afirma que nas igrejas que adotam a doutrina que busca
enriquecimento, a membresia é formada por “crentes totalmente carnais,
infantis, que crêem (sic) cegamente em tudo o que seu mentor espiritual
diz, pois uma das leis dessa diabólica teologia é que se deve obedecer
sem titubear a todas as instruções do líder ungido, senão Deus não
prospera. E isso significa dar dízimos, ofertas de R$ 900,00, tomar
banho de óleo, comprar rosa ungida, participar de atos proféticos
patéticos etc”.
Em
sua crítica, Vera afirma que uma ilustração da ineficácia da teologia
da prosperidade é que, apesar de o número de evangélicos ter crescido no
país, a sociedade pouco mudou: “Nos últimos dez anos diminuíram as
taxas de violência? Houve diminuição na corrupção? O brasileiro está
mais honesto? Infelizmente não”.
Vera
Siqueira afirma que a tendência é formar “crentes descrentes”, pois
apesar de apregoada, a teologia da prosperidade só enriquece os líderes
das igrejas: “A prosperidade real, nesse mundo ‘capetalista’, é coisa
para poucos – em geral, para os próprios líderes desses ministérios”.
Confira
abaixo a íntegra do artigo “Até Jesus já alertava sobre a diabólica
Teologia da Prosperidade!”, de Vera Siqueira, no blog “A estrangeira”:
Ontem
reli a Parábola do Semeador, e fiquei pasma com o que Jesus disse há
mais de dois mil anos e que está se tornando realidade nos dias de hoje.
Antes, vamos rever essa passagem:
“Tendo
Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar; e
ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se
assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E falou-lhe de muitas
coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E,
quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as
aves, e comeram-na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia
terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; Mas, vindo o
sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre
espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa
terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça.
E,
acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por
parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os
mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele
que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até
aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque
eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles
se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não
compreendereis, E, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração
deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E
fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os
ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.
Mas,
bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos,
porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos
desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e
não o ouviram. Escutai vós, pois, a parábola do semeador.
Ouvindo
alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e
arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao
pé do caminho. O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e
logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de
pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da
palavra, logo se ofende; e o que foi semeado entre espinhos é o que ouve
a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas
sufocam a palavra, e fica infrutífera; mas, o que foi semeado em boa
terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem,
outro sessenta, e outro trinta.” – Mateus 13:1-23
Vejam
bem: os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a
Palavra, tornando-a infrutífera. Mas será que isso se refere também à
Teologia da Prosperidade, e não apenas àqueles que trocam o Evangelho
pelas benesses materiais?
Eu
penso que sim. Ora, Jesus disse que a busca pelas riquezas torna a
Palavra infrutífera, e o que vemos nas igrejas onde se prega a
famigerada Teologia da Prosperidade?
Crentes
totalmente carnais, infantis, que crêem cegamente em tudo o que seu
mentor espiritual diz, pois uma das leis dessa diabólica teologia é que
se deve obedecer sem titubear a todas as instruções do líder ungido,
senão Deus não prospera. E isso significa dar dízimos, ofertas de R$
900,00, tomar banho de óleo, comprar rosa ungida, participar de atos
proféticos patéticos etc.
Crentes
não transformados. A Palavra de Deus nos diz que em Cristo somos novas
criaturas, porém o que vemos é mais do mesmo num Brasil onde os que se
dizem cristãos evangélicos crescem exponencialmente. Há cidades onde os
evangélicos são maioria, e há bairros e ruas repletos de igrejas (já
cheguei a ver, anos atrás, três denominações diferentes bem vizinhas,
grudadas umas nas outras, numa importante rua da zona leste de São
Paulo). Porém, nos últimos dez anos diminuíram as taxas de violência?
Houve diminuição na corrupção? O brasileiro está mais honesto?
Infelizmente não, e isso se explica porque não estão ocorrendo
conversões verdadeiras no mesmo ritmo em que pessoas estão atendendo ao
apelo de muitas dessas igrejas da prosperidade. Quando vemos que, em
recente pesquisa, descobriu-se que a maioria dos deputados da bancada
evangélica têm pendências judiciais, fica claro que muitas igrejas não
estão promovendo a conversão de almas para Cristo, mas apenas amontoando
membros para demonstrar poder, uma falsa espiritualidade e aumento de
sua arrecadação através dos dízimos e ofertas que esse público paga para
ter acesso à carteirinha de membro da instituição.
Crentes
“descrentes”. Como a ênfase da grotesca Teologia da Prosperidade não é a
busca de Deus por quem Ele é, mas a conquista de vitórias e riquezas
através da busca de “deus”, seus fiéis, como bons consumidores deste
mundo “capetalista” (ouvi essa expressão do Pr. Maurício, da Igreja
Batista Nacional da Vila Paulicéia), se sentem no direito de pesquisar o
mercado eclesiástico gospel, até achar a igreja onde as promessas de
“deus” cheguem de forma mais rápida e com menores custos. Assim, esse é
um dos motivos da grande migração que há entre fiéis nas igrejas: estou
na congregação X, mas aí fico sabendo que na Y tem um pastor milagreiro,
então vou para lá. Mas o milagre demora para chegar, e vejo na TV a
campanha das 70-sextas-feiras-13 da congregação W, que dizem que é tiro e
queda, então vou para lá buscar minha bênção. Deixo de crer em Cristo,
para crer no ministério onde eu consigo alcançar tudo aquilo que líderes
inescrupulosos me ensinaram que é meu direito adquirido, por ter me
associado ao mundo gospel. E minha descrença só tende a aumentar, já que
a prosperidade real, nesse mundo “capetalista”, é coisa para poucos –
em geral, para os próprios líderes desses ministérios.
Esses
são alguns dos frutos da obtusa Teologia da Prosperidade. Alguém duvida
de que se trata de uma teologia totalmente infrutífera, segundo os
desígnios de Deus?
Os
grandes artistas gospel (pregadores e “levitas”) que pregam essa
monstruosa Teologia da Prosperidade deveriam realmente se converter a
Deus (pois estão convertidos a Mamom e seus demônios) e ter mais amor e
respeito pela Palavra, já que se dizem adoradores de Cristo. Que Deus
lhes abra os olhos enquanto ainda há tempo, e que permita que muitos dos
que estão sob seus enganos se voltem para a verdade do Evangelho.
Igreja
brasileira, chega de jogar sementes nos espinheiros! A Palavra de Deus,
quando pregada em verdade, produz os verdadeiros frutos do Espírito,
que se refletem individualmente e na sociedade ao nosso redor.
“E,
vendo ele [João Batista] muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham
ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir
da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não
presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos
digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. E
também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore,
pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.
E
eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele
que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno
de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão
tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e
queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” – Mateus 3:7-12
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!
Fonte: A Estrangeira
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