Um
comitê de líderes cristãos falou sobre o atual estado do casamento e da
visão distorcida que os jovens têm do seu significado, durante uma
conferência sobre Ética e Liberdade Religiosa, a ERLC, em Nashville, no
estado americano do Tennesee.
A
geração de hoje tem "uma visão e um entendimento romantizados do
casamento, onde o casamento é basicamente a confirmação para fins legais
do amor romântico entre duas pessoas com algum tipo de compromisso”,
disse Trevin Wax, editor do The Gospel Project.
Wax
declarou que esta definição não apenas domina a cultura popular, mas
pensa que “esse tipo de compreensão limitada de casamento já prevalece
nas igrejas evangélicas”.
Os
palestrantes explicaram que a única maneira de combater este
"entendimento limitado" é que as igrejas comecem a ensinar e re-ensinar o
que o amor e o casamento significam no contexto bíblico e na sociedade.
"É hora de começar a reconstruir o casamento. Pare de defendê-lo e passe a reconstruí-lo", afirmou John Stonestreet, membro do “Centro Chuck Colson de Visão Cristã”, aos conferencistas. "Não há mais o que defender a nível cultural", acrescentou.
Embora
as pesquisas tenham mostrado que muitos solteiros desejam se casar, os
participantes concordaram que a ideia romântica do que é o casamento,
leva muitos jovens a evitar se comprometer até adiar o matrimônio.
Lindsay
Swartz, gerente do TrueWomen.com, blog de mulheres cristãs, explicou
que muitos são tão obcecados em encontrar o amor romântico que eles têm
medo de “apertar o gatilho", porque "eles não querem se comprometer com
algo, porque coisa melhor pode vir e eles não querem se prender”.
Filhos de pais divorciados também tendem a adiar o casamento, disse Stonestreet.
Ele
opinou dizendo: “Eu acho que uma das razões por que o casamento tem
diminuído é porque você tem alguns jovens bem intencionados, mas que já
passaram pelo trauma – e eles vão usar essa palavra – de um divórcio
quando eles eram crianças e não querem cometer esse erro. E embora eles
evitem, acabam reforçando a visão romântica de casamento – por isso eles
estão indo morar juntos antes de se casar, como que fazendo um teste, e
vão estender isso até ter certeza que o que sentem um pelo outro vai
ser o suficiente para sustentar essa relação a longo prazo. Então, ao
invés de enxergarem que, parte da cultura do divorcio é devida a essa
versão (romantizada) do casamento, eles estão na verdade se agarrando
ainda mais a esses conceitos enquanto tentam não cometer os erros de
seus pais”.
Aqueles
que são casados não têm noção das responsabilidades pessoais e sociais
que vêm com essa união, disse ele. Cera observou que entre as gerações
mais velhas, o casamento foi "orientado para a procriação", bem como a
estabilidade da família e do bem comum.
As novas gerações, acredita ele, afastaram-se dessa noção e migraram para uma visão mais pessoal e individual.
"A
destruição de nosso entendimento do matrimônio e da família tem
consequências reais para os nossos filhos, a nossa economia e para o
futuro da sociedade como um todo." disse Eric Teetsel, diretor-executivo
da Manhattan Declaration (organização que defende a Vida, o casamento e
a liberdade religiosa). Teetsel disse que estudos científicos mostram
que crianças ficam melhores em uma casa com mãe e pai biológicos. Quando
as crianças são criadas sob um conjunto diferente de circunstâncias,
isso custa aos contribuintes "bilhões e bilhões de dólares" para
subsidiar essas famílias desestruturadas.
Os
conferencistas concordaram que a melhor solução é o ensino. Cera
repreendeu os líderes de igreja por não alcançarem os solteiros em suas
congregações. "Nós agora vivemos em uma cultura, e acho que as
estatísticas mostram isso, que existem mais pessoas solteiras do que o
contrário, especialmente em ambientes urbanos, e principalmente quando
você olha para as gerações mais jovens. A igreja tem sido lenta para
combater essa realidade, porque não é para isso que nos preparamos”,
disse ele.
Ambos
Swartz e Stonestreet exortaram a Igreja a dar aos jovens uma visão de
matrimônios duradouros e fiéis. "Gostaria de dizer para as igrejas
ensinarem e servirem de modelo.. e convidar solteiros e jovens casais
para orarem por ele[o casamento]", aconselhou Swartz.
"Uma
das coisas que fazemos na igreja é dividir a todos por idade", disse
Stonestreet. "Uma forma de dar o exemplo (de um casamento bem-sucedido) é
juntar essas pessoas”.
Stonestreet, Cera, Swartz e Teetsel falaram durante uma palestra intitulada "Os jovens e o casamento: Avaliando a visão das novas gerações sobre sexualidade e o matrimônio". A discussão foi uma das várias sobre o Evangelho, a homossexualidade e o futuro do casamento organizada pela ERLC.
Fonte: Cpadnews
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