terça-feira, 30 de setembro de 2014

Qual a missão da igreja?


 Qual a missão da igreja?



Deus, nosso Salvador [...] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. [1 Timóteo 2.3-4]
O que chama atenção de imediato nos primeiros sete versículos de 1 Timóteo 2 é a repetição por quatro vezes (e por certo deliberadamente) da expressão “todos os homens”, com o sentido de “todas as pessoas”.
Primeiro, a igreja deve orar por todos. Não somente por todas as pessoas em geral, mas especialmente pelos reis e pelos líderes das nações, para que preservem a paz — mesmo que naquele tempo não houvesse nenhum governante cristão em lugar algum do mundo.
Segundo, o desejo de Deus diz respeito a todos. Deus quer que todos sejam salvos (v. 4). Ou seja, a igreja deve demonstrar interesse por todas as pessoas, pois Deus se interessa por todos. Além disso, a universalidade da mensagem do evangelho repousa sobre a unicidade de Deus: “Pois há um só Deus” (v. 5). O principal fundamento para as missões mundiais é o monoteísmo.
Terceiro, Cristo se entregou como resgate por todos. “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos” (v. 5-6). Não é suficiente afirmar que há somente um Deus; devemos acrescentar que há somente um mediador, um Salvador — o Filho de Deus, que se tornou “o homem Cristo Jesus” através de seu nascimento e se entregou a si mesmo, em sua morte, como resgate por nós. É importante manter essas três palavras juntas — homem, resgate e mediador; elas remetem ao nascimento, à morte e à ressurreição. Deus primeiro se tornou homem para então nos resgatar, por isso não há nenhum outro mediador. Ninguém mais possui essas qualificações.
Quarto, a proclamação do apóstolo diz respeito a todos. Paulo foi chamado para ser apóstolo, arauto e mestre aos gentios (ou seja, a todas as nações). Embora atualmente não existam mais apóstolos comparáveis a Paulo, há uma necessidade urgente de mais arautos e mestres do evangelho.
Resumindo, a igreja deve orar por todos (v. 1) e pregar a todos (v. 7). Por quê? Crisóstomo, um dos Pais da Igreja, nos dá a resposta: “Para imitar a Deus!” Como o desejo de Deus e a morte de Cristo dizem respeito a todos, então a missão da igreja também deve ser para todos. Cada igreja é parte de uma comunidade local, mas deve ter uma perspectiva global.
Para saber mais: 1 Timóteo 2.1-7
por http://ultimato.com.br/
Título alterado pela equipe de edição da Missão Juvep.
Título original: A perspectiva global da igreja.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Em 2030, China terá o maior número de evangélicos

Enquanto diversos países têm encarado uma série de problemas políticos, econômicos e sociais, o evangelho tem sido pregado, e o número de cristãos aumentam. Testemunhos e relatórios demográficos da África, América Latina e Ásia revelam que as curas, as libertações e os dons do Espírito Santo estão impulsionando uma grande expansão da igreja.

África  
Sinais e maravilhas têm provado ser um catalisador para um número significativo de conversões em Moçambique, Quênia e outras partes de África. O Relatório de Pesquisa Pew mostra que, “o número da população cristã na África Subsaariana aumentou de 9% em 1910 para 63% em 2010.”

O professor do Seminário Teológico Trindade, em Gana, J. Kwabena Asamoah-Gyadu, explica o que tem movido o crescimento da igreja na África. “Os ministérios de cura e libertação se tornaram uma das expressões mais importantes do cristianismo pentecostal Africano. O movimento tem impulsionado a recuperação das experiências vindas da fé, demonstrando o poder do Espírito Santo para derramar vida e da presença viva de Jesus Cristo para salvar do pecado e do mal. O cristianismo pentecostal-carismático tem sido bem sucedido na África por causa de sua abertura para o sobrenatural de Deus”, diz Gyadu.

América Latina
Não só a África está crescendo, mas um impacto semelhante está acontecendo em toda a América Latina. Foi relatado, recentemente, que mais de 40% da população da Guatemala se identifica com o cristianismo pentecostal-carismático. Da mesma forma, a igreja na Argentina tem levado multidões a estádios de futebol, transformando os costumes culturais de sua nação. Seria difícil encontrar um país sul-americano que não está sendo impactado pelo ministério de cura e libertação.

No Brasil, a igreja está experimentando um crescimento acelerado devido à manifestação do poder sobrenatural de Deus. O Pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, diz que sua igreja vem experimentando grande crescimento: “Em 1998, havia mais ou menos 5.000 membros. Hoje a igreja ultrapassou 35 mil.”

“O cristianismo está aumentando no Brasil. Se a tendência continuar, prevê-se que mais da metade dos brasileiros (109 milhões de cristãos de 209 milhões de cidadãos) serão cristãos evangélicos em 2020. O Brasil é uma terra de avivamento. É um lugar onde a crença em milagres e curas são altos”, observa Paul Strand.

Esses fatores são ainda mais surpreendentes ao olhar para o histórico brasileiro: na década de 1970, menos de 3% da população brasileira era evangélica. Em um período de 50 anos, a população evangélica saltou para cerca de 50% da população, em um país que antes era rigidamente católico.

Ásia
O vasto continente da Ásia também tem sido transformado pelo poder de Deus. A China só tinha em torno de 1 milhão de protestantes em 1949. Agora há mais de 58 milhões de protestantes na China. Yang, pesquisador religioso, acredita que este número irá aumentar para cerca de 160 milhões em 2025. “Em 2030, o total da população cristã na China ultrapassaria 247 milhões, se colocando acima de países como México, Brasil e Estados Unidos, sendo a maior congregação cristã no mundo”, projeta Yang.

Boa parte do crescimento do cristianismo na China se deve aos trabalhos das igrejas domésticas subterrâneas ilegais, que acontece nas casas, em uma tentativa de fugir dos olhares indiscretos do Partido Comunista. O metrô é, muitas vezes, cenário de curas, profecias e manifestações sobrenaturais. Normalmente realizada fora dos centros urbanos, o pesquisador Jason Kindopp observa que, “as curas são particularmente comuns entre as populações rurais, que é responsável por até 90% de todas as conversões ao cristianismo”.

Similar à experiência da Igreja primitiva, o cristianismo em todo o mundo agora está sendo transmitido através do sobrenatural. Os sinais e maravilhas não morreram no terceiro século. Na verdade, onde a cura e a libertação estão sendo expressas, a igreja está aumentando.

 “Jesus disse: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai.” João 14:12


Fonte: www.cpadnews.com.br

sábado, 20 de setembro de 2014

Partidos que pregam contra os valores cristãos

A associação Pró-Vida de Anápolis (GO) organizou uma lista com 12 partidos políticos que trazem ameaças aos cristãos em seus estatutos. O objetivo da lista chamada de “Os doze fatais” é alertar os eleitores cristãos para não votarem em tais legendas.


A Pró-Vida de Anápolis está ligada à Igreja Católica e é uma das principais instituições na luta contra a descriminalização do aborto. Na lista ela chama de “perigosíssimos” por se constituírem como “um verdadeiro exército organizado contra os valores cristãos”.


Em seu site a associação usa uma fala de João Paulo II contra o socialismo, dizendo que o erro dessa teoria de organização econômica é considerar cada pessoa como simplesmente um elemento do organismo social. “O homem é reduzido a uma série de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral”, teria escrito o papa.


Outra diferença de pensamento apresentada pelo Pró-Vida em comparação aos partidos socialistas e comunistas seria a forma como a criança é vista. “O cristianismo vê na criança por nascer alguém que deve ser respeitado como pessoa e amado independentemente de sua ‘qualidade’, beleza ou utilidade. O socialismo vê na criança algo que está subordinado à vontade da sociedade”, diz trecho do texto.


Diante desta afirmação, a lista mostra o que cada um dos partidos citados como “perigosíssimos” pensam sobre o aborto, mostrando para os cristãos porque não é possível apoiá-los.


Entre as legendas citadas, encontramos o Partido dos Trabalhadores que defende em sua resolução a ” autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”.


O PSB, de Marina Silva, também está lista. Por ser um partido socialista, ele defende em seu estatuto a “gradual e progressiva socialização dos meios de produção” [23], a “abolição de todos os privilégios de classe” e a estatização da educação, ou seja, acabar com as escolas privadas.


Partidos como PSOL, PCdoB e PV, também defendem o aborto pregando a “autonomia das mulheres”, defendendo também outros temas contrários aos preceitos cristãos que são a descriminalização das drogas e o relacionamento homossexual.


Lista dos 12 partidos contrários aos princípios cristãos:
1º Partido dos Trabalhadores (PT)
2º Partido Comunista Brasileiro (PCB)
3º Partido Popular Socialista (PPS)
4º Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
5º Partido da Causa Operária (PCO)
6º Partido Democrático Trabalhista (PDT)
7º Partido da Mobilização Nacional (PMN)
8º Partido Pátria Livre (PPL)
9º Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
10º Partido Socialista Brasileiro (PSB)
11º Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
12º Partido Verde (PV)

Fonte: www.cpadnews.com.br

Como a bíblia foi formada?


Como a bíblia foi formada?
por Bruno Cesar Santos de Sousa
TEXTO BASE: Mateus 24:35: “Céu e terra passarão, mas as minhas palavras nunca”.
Deus falou e louvamos Seu Santo nome por isso! Por meio da Palavra de Deus todas as coisas foram feitas (Hb 11:3). Porque Deus falou é que conhecemos tudo o que sabemos a respeito dele. Ele também falou com o homem, e, como resultado desse diálogo temos a Bíblia Sagrada, uma biblioteca formada por 66 livros. Como os livros da bíblia foram escritos? Em quais materiais e línguas? Quem os escreveu? Quem decidiu quais livros deveriam compor a bíblia? Quem deu a última palavra? Porque esses 66 livros entraram na bíblia, por assim dizer, enquanto outros não entraram? Quais os critérios estabelecidos para que os livros fizessem parte da seleção de livros bíblicos?
Nessa lição nos deteremos nas indagações acima no intuito de responder à pergunta que está no título da lição “como a bíblia foi formada”?
I – A PALAVRA DE DEUS ESCRITA
As primeiras palavras que sabemos que Deus disse foram: “Haja luz” (Gn 1:3). Deus, que é luz, criou já na primeira vez em que sabemos que ele falou. Deus não diz nada em vão, Ele não fala como um tagarela ou alguém que vive contando estórias.
Deus costumava falar com o homem na viração do dia (Gn 3:8), todavia, por causa do pecado, a memória humana não guardaria toda a informação que procedia do SENHOR. Então Deus escolheu homens para que escrevessem as suas palavras e que isso ficasse registrado para as gerações futuras (2 Pe 1:20-21). Deus quis que suas palavras ficassem registradas por pelo menos dois propósitos:
1) Para evitar o ocultismo – as palavras que Deus disse não são para ser examinadas apenas por alguns, antes, todos podem verificar se, de fato, Deus disse aquilo.
2) Para a instrução das gerações seguintes – em Israel os pais deveriam ensinar os filhos (Dt 6:6-9) e uma geração deveria contar as maravilhas de Deus à outra geração (Sl 22:30; 78:4, 6; 89:4; 102:18; 135:13; 145:4). Na Igreja Deus colocou pastores/mestres (Ef 4:11) para a edificação do corpo. Esses são os motivos principais pelos quais a Palavra de Deus foi registrada, mas a bíblia, uma vez escrita tem uma quádrupla função, segundo ela mesma testemunha em 2 Timóteo 3:16: “ensinar, repreender, corrigir e instruir em justiça”.
Muitos cristãos não sabem fazer uso deste livro santo que é “inspirado por Deus e útil” (2 Tm 3:16). De acordo com William e Howard Hendricks há algumas perguntas que podem nos ajudar na aplicação dos textos bíblicos à nossa vida. Cada vez que lemos uma passagem bíblica, em oração, podemos nos perguntar:
a)    Há um exemplo a ser seguido?
b)    Há um pecado a se evitar?
c)    Há uma promessa a se apossar?
d)    Há uma oração a se repetir?
e)    Há um mandamento a se obedecer?
f)     Há uma condição a se atender?
g)    Há um versículo a memorizar?
h)   Há um erro a se notar?
i)     Há um desafio a se enfrentar?[1]
II – O ANTIGO TESTAMENTO
O Dr. Donald D. Turner explica com perspicácia sobre o processo de escrita no Antigo Testamento, como segue: “Deus revelou por meio de uma voz direta aos homens. Assim falou Ele aos patriarcas, a Moisés, aos juízes de Israel, e a reis e profetas (Gn 3:8-12; 18:20-33; Êx 3:14; Nm 12:7-8; Js 1:1-9; 1 Rs 16:34; Is 1:2; Ez 1:3; Hc 2:2; 2 Sm 23:1-2, etc.). Às  vezes essa voz de Deus era audível como em 1 Samuel 3:1-21; outras vezes era acompanhada por uma epifania ou aparição em forma visível do Senhor, como em Gênesis 18 ou Juízes 6 (mas noutras ocasiões Deus também falou por intermédio de um mensageiro celestial que não era o Senhor, como em Daniel 9:21-22, de forma que nem sempre as epifanias eram aparições divinas, mas também podiam ser um anjo); contudo, na maioria das vezes, os profetas que ouviram a voz de Deus e escreveram a mensagem, fizeram-no sem declarar se isso lhes foi transmitido por visão, por voz audível, ou por terem escrito sem perceber o método pelo qual o Espírito Santo inspirava as Escrituras”[2].
Deus foi falando, se comunicando com os homens por meio de suas mensagens ao povo e estas foram sendo escritas sob a condição de não serem acrescentadas nada que Deus não tivesse dito e sob a permissão de serem incluídas as Palavras que fossem realmente de origem divina e serviriam de instrução para o povo, posteriormente. Vemos isso, por exemplo, em Deuteronômio 12:32. Quando Josué recebeu mensagens de ânimo divino (Js 1:1-9), ele sabia que nada podia ser acrescentado à Lei do SENHOR, no entanto, ele também sabia que a revelação divina ainda não estava completa, e, que aquelas palavras que Deus certamente lhe falara deveriam fazer parte do livro de Deus ao seu povo. Turner diz: “O próprio Deus não sofre alteração quanto ao Seu caráter, poder e atributos (Tg 1:17), mas o progresso do plano de Deus para a redenção da humanidade, e nossa condição de obedientes ou desobedientes, faz com que Ele mude Sua maneira de tratar conosco (Mc 12:1-2)”[3].
O Antigo Testamento tem o “selo de qualidade divina”, sobretudo, pela expressão “Assim diz o SENHOR”, presente nas páginas dos 39 livros por centenas de vezes. Desta forma temos absoluta certeza que Deus falou àquelas pessoas e continua a falar conosco. Quando a Epístola aos Hebreus cita o Antigo Testamento ela o faz, mencionando que o Espírito Santo “diz”, com o verbo no tempo presente (Hb 3:7). Ou seja, Deus continua falando por meio de sua Palavra no Antigo Testamento.
Os materiais utilizados para a escrita do Antigo Testamento, foram desde Pedras (Êx 31:18; 34:1, 4; Dt 4:13; 9:11; 10:3), a couro de animais preparados especialmente para esse fim. As regras fixadas para a cópia desses manuscritos eram bem rígidas, vejamos algumas delas:
1) O pergaminho tinha de ser feito da pele de animais cerimonialmente limpos, e as peles, costuradas umas à outras, com cordões tirados de animais limpos, era um trabalho que devia ser feito por um judeu.
2) Cada coluna tinha de ter não mais de sessenta linhas e não menos de quarenta e oito.
3) A tinta, feita segundo fórmula especial, era negra.
4) O escriba tinha que copiar de um manuscrito autêntico e nunca deveria escrever qualquer palavra de memória.
5) Com reverência, tinha que limpar sua pena antes de escrever a palavra “Deus”, e era absolutamente necessário banhar todo o corpo antes de escrever a palavra “Jeová” (Yavé – YHWH).
6) Havia regras escritas a respeito da forma das letras, dos espaços entre as letras, palavras e divisões, a cor do pergaminho, o uso da pena, etc.
7) O rolo tinha que ser revisado dentro dos trinta dias seguintes depois de terminado, ou ficaria sem valor. Um erro condenava a folha; três erros encontrados numa folha só condenava todo o manuscrito; por três palavras escritas fora da linha, o todo era rejeitado.
8) Cada palavra e cada letra eram contadas, e se uma letra faltava ou sobrava, ou se uma letra tocava em outra, tudo era condenado e queimado em seguida. E havia ainda muitas outras regras[4].
O Antigo Testamento foi, quase todo, escrito em hebraico. As exceções são Daniel 2:4-7:28; Esdras 4:8-6:18; 7:12-26; e Jeremias 10:11, que foram escritas em Aramaico[5], e, com uma simples leitura das passagens fica claro o porque disso.
III – O NOVO TESTAMENTO
O texto do Novo Testamento foi produzido num período de tempo bem menor que o do A.T., enquanto aquele levou cerca de 1500 anos sendo escrito, desde Gênesis a Malaquias, o N.T. levou menos de 100 anos desde Tiago a Apocalipse, cronologicamente. O processo que envolveu a escrita do N.T. também foi muito mais simples, no que diz respeito às cópias produzidas. Enquanto havia uma série de regras para a cópia de um livro do A.T. o N.T. foi copiado por muitos cristãos e a maioria deles não era copistas profissionais, de acordo com a necessidade de uma cópia. Lembremos que a impressa só foi inventada no século XV e nos primeiros séculos uma cópia custava muito caro.
Os apóstolos e pessoas ligadas aos apóstolos escreveram o N.T. e endereçaram cada livro ou carta a uma comunidade específica, podendo até mesmo pedir que seus escritos fossem algo circular entre as igrejas (Cl 4:16; Ap 2:1; 2:8; 2:12; 2:18; 3:1; 3:7; 3:14). Logo surgiram milhares de cópias do texto do Novo Testamento, a maioria com apenas algumas passagens do mesmo, outras com apenas os 4 evangelhos, algumas com as cartas paulinas, cartas joaninas apenas, e etc. De modo que hoje em dia já foram encontrados mais de 24.000 manuscritos do Novo Testamento, incluindo as línguas grega, armênia, latina, georgiana, gótica e árabe[6], sendo mais de 5.700 só em grego. Aliás o grego coinê, isto é, comum, o grego falado pelo povo, foi a língua que Deus quis que o N.T. fosse escrito originalmente. Diante disso podemos até nos perguntar: “se Deus quis que sua Palavra ficasse registrada para nós na língua que as pessoas comuns falavam, por que há tanta gente querendo falar da bíblia de uma maneira tão complicada hoje?”. Ao todo o N.T. foi citado, nos primeiros séculos, mais de 1 milhão de vezes[7]. Sua confiabilidade é mais que autêntica.
IV – O CÂNON BÍBLICO
Quem, enfim, determinou quais livros passariam a fazer parte da bíblia? Foi Deus. E Ele o fez por meio da aceitação dos livros por ele inspirados na Igreja. O uso dos livros bíblicos no mundo todo (catolicidade), a autoridade de um apóstolo a alguém ligado a eles (apostolicidade), e a sã doutrina ali presente, foram as características presentes nos livros inspirados por Deus. A Igreja não determinou, por assim dizer, quais livros fariam parte da bíblia, antes, a Igreja reconheceu e recebeu os livros de Deus. Não foi nenhum concílio ou mesmo o imperador Constantino, como dizem céticos ignorantes, quem empurrou goela abaixo os livros nos cristãos.
Usamos a palavra “cânon” para se referir à “coleção de livros que formam a bíblia”. Originalmente a palavra cânon significava uma regra ou vara de medir, e figurativamente fala dos livros bíblicos, que estão de acordo com as regras de Deus para serem recebidos pelo povo de Deus como Sua santa Palavra. O cânon do Antigo Testamento repousa, sobretudo no selo “Assim diz o SENHOR” já o cânon do N.T. foi estabelecido após um herege chamado Marcião ter elaborado o seu próprio cânon com apenas 11 livros, sendo 10 das cartas de Paulo e o Evangelho de Lucas, ainda assim muito editado. As listas de livros Canônicos foram muitas até que no ano 367 d. C. o bispo Atanásio escreveu a primeira relação de livros canônicos que temos notícia, com os 27 livros do N.T. e na ordem que conhecemos. Isso só mostrava que a Igreja de Deus já havia adotado, há muito tempo, os livros que conhecemos hoje como Novo Testamento.
CONCLUSÃO: A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo e usada por Jesus Cristo para a transformação do homem que crê. Não há motivos racionais para que duvidemos da veracidade da Bíblia. Deus é quem vela para cumprir Sua Palavra.
REFLEXÃO:
1) COMO VOCÊ TEM FEITO PARA APLICAR A BÍBLIA À SUA VIDA?
2) RELATE PARA O GRUPO DE ESTUDO COMO O ANTIGO TESTAMENTO FOI FORMADO.
3) DE QUE MANEIRA VOCÊ PODE CONTINUAR ESTUDANDO ESTE ASSUNTO?
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Bíblia Sagrada Almeida Século 21. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. 2 ed. Revisada e atualizada com o novo acordo ortográfico. São Paulo: Vida Nova, 2010.
BRUCE, F. F. O Cânon das escrituras. São Paulo: Hagnos, 2011.
______. Merece confiança o novo testamento? 3 ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. A Inspiração e inerrância das escrituras: uma perspectiva reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 1998.
GEISLER, Norman. E NIX, William. Introdução bíblica: como a bíblia chegou até nós. São Paulo: vida, 2006.
GRUDEM, Wayne, COLLINS, C. John, Et alli. Origem, confiabilidade e significado da bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2013.
HENDRICKS, Howard e HENDRICKS, William. Vivendo na Palavra. São Paulo: Batista Regular, 2010.
Manual do seminário de ciências bíblicas. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.
TURNER, Donald D. Introdução ao velho testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004.
[1] HENDRICKS, Howard e HENDRICKS, William. Vivendo na Palavra. 2 ed.São Paulo: Batista Regular, 2010. pp. 275-278.
[2] TURNER, Donald D. Introdução ao Velho Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 9.
[3] TURNER, Donald D. Introdução ao Velho Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 17.
[4] TURNER, Donald D. Introdução ao Velho Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. pp. 32-33.
[5] TURNER, Donald D. Introdução ao Velho Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 33.
[6] WALLACE, Daniel B. In: Origem, Confiabilidade e Significado da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2013. p. 113.
[7] WALLACE, Daniel B. In: Origem, Confiabilidade e Significado da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2013. p. 113.
Bruno Cesar
por Bruno Cesar Santos de Sousa
Mestre em Teologia do Novo Testamento, coordenador de educação do Seminário da Missão Juvep e é professor na mesma instituição. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quem são os menos evangelizados no Brasil?

Deus chamou toda a Igreja para proclamar todo o Evangelho em todo o mundo. Há ainda mais de 2.000 povos no mundo sem o conhecimento do Evangelho, cerca de 3.000 línguas sem um verso bíblico em seu idioma e 2 bilhões de pessoas que não conhecem o Senhor Jesus.

No Brasil há oito segmentos reconhecidamente menos evangelizados, sendo sete socioculturais e um socioeconômico.

1. Indígenas
Com 117 etnias sem presença missionária e sem o conhecimento do Evangelho1. Estas etnias, com pouco ou nenhum conhecimento de Cristo, espalham-se por todo o Brasil com forte concentração no Norte e Nordeste2.

2. Ribeirinhos
Na bacia amazônica há 37.000 comunidades ribeirinhas3 ao longo de centenas de rios e igarapés. As pesquisas mais recentes apontam a ausência de igrejas evangélicas em cerca de 10.000 dessas comunidades4.

3. Ciganos (sobretudo da etnia Calon)
Há cerca de 700.000 Ciganos Calon no Brasil5 e apenas 1.000 se declaram crentes no Senhor Jesus. Os Ciganos espalham-se por todo o território nacional nas grandes e pequenas cidades, vivendo em comunidades nômades, seminômades ou sedentárias.

4. Sertanejos
Louvamos a Deus por tudo que tem ocorrido no Sertão nos últimos 10 anos – centenas de assentamentos sertanejos evangelizados e muitas igrejas plantadas. Há, porém, ainda 6.000 assentamentos sem a presença de uma igreja evangélica6.

5. Quilombolas
Formados por comunidades de afrodescendentes que se alojaram em áreas mais ou menos remotas nos últimos 200 anos. Há possivelmente 5.000 comunidades quilombolas no Brasil, sendo 3.524 oficialmente reconhecidas7. Estima-se que 2.000 ainda permaneçam sem a presença de uma igreja evangélica8.

6. Imigrantes
Há mais de 100 países bem representados no Brasil por meio de imigrantes de longo prazo com uma população de quase 300.000 pessoas9. Dentre esses, 27 são países onde não há plena liberdade para o envio missionário ou pregação do Evangelho. Ou seja, dificilmente conseguiríamos enviar missionários para diversos países que estão bem representados entre nós, sobretudo em São Paulo, Brasília, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro.

7. Surdos, com limitações de comunicação
Há mais de 9 milhões de pessoas nesta categoria em nosso país e menos de 1% se declara crente no Senhor Jesus10. Há pouquíssimas ações missionárias especificamente direcionadas para os surdos em todo o território nacional.

8. Os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres
O oitavo segmento não é sociocultural como os demais, mas socioeconômico. Divide-se em dois extremos: os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres. As últimas pesquisas nacionais demonstram que a presença evangélica é expressiva nas escalas socioeconômicas que se encontram entre os dois pontos, porém sensivelmente menor nos extremos11. Em alguns Estados brasileiros há três vezes menos evangélicos entre os mais ricos e os mais pobres do que nos demais segmentos socioeconômicos12.

A Igreja de Cristo foi chamada para ser sal da terra e luz do mundo onde estiver e por onde passar (Mt 28.19). Foi-lhe entregue também um critério de prioridade nas ações evangelizadoras: onde Cristo não foi anunciado (Rm 15.20). É, portanto, momento de orar pelo mundo sem Cristo, por a mão no arado e não olhar para trás.

Notas:
1. Departamento de Assuntos Indígenas da Associação de Missões Transculturais do Brasil (DAI/AMTB).
2. Há 32 etnias indígenas no Nordeste ainda sem presença missionária, segundo pesquisa da Aliança Evangélica Indígenas do Nordeste e AMTB.
3. Reconhecidas pelo IBGE 2012.
4. Projeto Fronteiras – pesquisa entre comunidades tradicionais da Amazônia – dados parciais 2014. Associação Evangélica Pró Ribeirinhos do Brasil.
5. Missão Amigos dos Ciganos – Dados 2014. Associação Evangélica Pró Ciganos do Nordeste
6. Missão JUVEP – Dados 2014.
7. Fundação Palmares.
8. Os dados são parciais. Pesquisa em andamento pela Associação Evangélica Pró Quilombolas do Brasil.
9. IBGE 2012: 268.201 imigrantes no Brasil.
10. IBGE 2014.
11. IBGE 2010, 2012 e 2014.
12. Projeção de dados quantitativos por categoria socioeconômica.